sexta-feira, 10 de maio de 2013

QUANDO UM PORCO VALE MAIS QUE O SER HUMANO


Quero dividir com vocês um vídeo  que além de muito inteligente, desnuda como a dignidade do ser humano pode ser estupidamente aviltada e pior, como um semelhante pode infrigir, permitir e alimentar esta indignidade. Ilha das Flores é um daqueles documentários que merece ser visto, não apenas para nos assombrarmos com o ser humano mas e principalmente, para causar indignação, incomodo e atitude. 



segunda-feira, 6 de maio de 2013

TERRA E DIGNIDADE



Vivemos uma época sem precedente na história da humanidade. Somos movidos, identificados, classificados e por fim, escravizados pelo consumo. É claro que esta é uma escravidão travestida de uma pseudo-liberdade. Como afirmou o sociólogo polonês Zygmunt Bauman "tudo numa sociedade de consumo é uma questão de escolha, exceto a compulsão da escolha".

Uma das grandes vítimas dessa sociedade pós-moderna movida ao consumo é o nosso planeta. A bolota azul que ganhamos ao sermos criados, na realidade não nos pertence. O salmo 24 deixa claro quem é o dono quando diz: “Do Senhor é a terra, a sua plenitude, o mundo e os que nela habitam”. Se você notou com atenção, nem você se pertence. Mas então pra que D-us deu a terra ao ser humano? Moradia, sustento, segurança, enfim, dignidade. Dela retiramos tudo que necessitamos, e não só alimento, mas, praticamente tudo que possuímos é extraído da terra.

Agora vamos fazer um pequeno passeio histórico pela relação do homem com a natureza e seu uso para sustento.

Até meados do século XVIII não existia o fenômeno de produção em massa, logo a exploração da natureza não era tão agressiva e mantinha-se certo equilíbrio na relação homem/natureza.

Com a Revolução Industrial, que teve inicio na Inglaterra, começa então o fenômeno de produção em massa.

1.     Surgimento das indústrias;

2.     Os trabalhos que eram feitos geralmente em casa, passam a acontecer longe do lar e da família;

3.     A dignidade do ato de criar é substituída por processos repetitivos de trabalho;

4.     Maior necessidade de lucro + Maior necessidade de ganhar para consumir + aumento da produção em massa = maior impacto no uso da natureza e um processo de escravização do ser humano;

Com o fenômeno da produção em massa passamos de mordomos da terra para algozes vorazes e impiedosos. Porém, para a infelicidade humana aquilo que foi nos dado para nossa dignidade é usada para retirar de nós esta mesma dignidade.  O escritor Richard Sennett afirma: “Imaginar uma vida de impulsos momentâneos, de ações de curto prazo, destituída de rotinas sustentáveis, uma vida sem hábitos, é imaginar, de fato, uma existência sem sentido”.

A vida orientada pelo TER rouba de nós sentido, contentamento, alegria, nos torna escravos dos nossos próprios desejos que nunca conseguem ser satisfeitos, pois eles se retroalimentam e nesse loop infinito vemos a nossa dignidade escapar por entre os dedos, ás vezes sem darmos conta deste mal autoinfligido.  Além disso, alguns acumulam mais do que precisam, não se preocupam em repartir e assim lá se vai a dignidade daquele que fica sem nada.

Na nossa relação com a natureza precisamos: primeiro entender, com urgência, que D-us é o dono de tudo e a Ele devemos prestar contas do uso que fazemos deste presente cheio de vida, amor e carinho que o criador nos concedeu. Segundo, precisamos repensar o uso da natureza e modificar os nossos hábitos de consumo para que possamos (se isto nos interessar) deixar um vestígio de planeta para as futuras gerações, inclusive nossos filhos e os filhos de nossos filhos, etc. Terceiro, precisamos aprender a dividir, sermos mais cidadãos e menos indivíduos, acumular menos e repartir mais.

Parece um papo utópico, eu sei. Porém, se há algo que carecemos e que perdemos, é a utopia. Precisamos voltar a sonhar com um mundo como D-us quer. Um mundo onde “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de D-us”.

Abraços,

Ezra Oliveira.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O DIA QUE KALEV VENCEU O MEDO

   Tenho certeza que se eu lhe pedisse para me relatar uma experiência em que você tivesse experimentado o medo, você não teria apenas uma mas várias para me contar. O medo é, num primeiro momento, um extinto de sobrevivência, um presentinho que recebemos para nos proteger. Na hora do medo todo o nosso corpo trabalha para a preservação da vida. Porém aquilo que serve para nos proteger pode se tornar nosso algoz. Quando permitimos que o medo nos paralise diante das demandas da vida, nós criamos uma ilusão que parece intransponível, sentimo-nos incapazes de tomar atitudes que aos olhos de outros parecem tão simples de tomar e assim navegamos entre a angústia de querer e não conseguir.
   A dias atrás estava com meu filho Kalev numa piscina, quando ele manifestou o desejo de pular, coisa que, pelo  menos comigo, ele nunca tinha feito. Subiu na borda da piscina e na hora de pular disse: "Papai estou com medo". Pudia ver no olhar de meu filho a angústia de querer se lançar naquela nova experiência que parecia tão atrativa mas ao mesmo tempo, se sentir paralisado pelo medo do novo. Neste momento olhei em seus olhos e lhe disse: "Filho, você pode parar agora, desistir do que você quer fazer, mas nunca saberá se é bom ou ruim ou então tentar pular e vencer o medo, por que você não tenta? Seu pai esta com você se você tentar ou desistir mas, eu gostaria que você tentasse."
   Ele pensou refletiu e aí deu um passo que para mim ou para você parece pequeno mas que para ele, com certeza foi um enorme passo, com implicações que se farão sentir para o resto de sua vida. Após ele pular e experienciar aquele momento, ele me abraçou sorridente e disse aquelas palavras que eu nunca vou esquecer: "Papai, eu venci o medo!"
   Quero terminar lembrando a você querido(a) navegante, duas palavras do Messias Yeshua, que sem sombra de dúvida são alento e conforto em momentos de medo e dúvida.

"No mundo tereis aflições mas tenham bom ânimo eu venci o mundo e vós vencereis também."
"Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos"
Yeshua Chai ( O Messias Vive)

Um abraço e que D-us te abençoe,

Ezra Oliveira

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

D-US É ÚTIL?


No livro “Variações sobre o prazer” de Rubem Alves, ele classifica as coisas ao nosso redor colocando-as em duas feiras. A feira da utilidade e a feira da fruição.


Na feira da utilidade está tudo que você tem ao seu dispor e que será usado para alcançar um fim. Exemplo: Uma faca pertence à feira da utilidade, pois ela não tem um fim em si mesmo, serve para cortar alguma coisa, você a usa para outro propósito que não é ela mesma. Na feira da fruição está, por exemplo, a laranja. Chupamos a laranja por ela mesma e não a usamos para chegarmos a outro fim.
Diante desta colocação estive pensando como o mundo moderno (que nós mesmos criamos) nos influência a colocar D-us como uma coisa e pior o classificamos como um objeto exposto na feira da utilidade, senão vejamos:
Hoje D-us é sinônimo de bens materiais, um caminho para aquisição de status social, status religioso, um caminho para sucesso empresarial, um lugar onde os meus desejos são realizados, um balcão onde a qualquer hora estendo a mão e tomo aquilo que me parece necessário para ser feliz. Como efeito colateral disto olhamos para as pessoas ao nosso redor como objetos úteis para um propósito pessoal. Nosso conjugue nos serve para a nossa felicidade, nos aproximamos de pessoas e nos tornamos seus amigos para alcançarmos algo que queremos através dessas pessoas, a religião é uma porta usada para nos sentirmos bem sem nenhuma implicação que nos faça repensar nosso modo de vida, nossos conceitos e princípios.
Pois é caro navegante, D-us não é útil. D-us é o fim, ou melhor, o objetivo de todo ser humano. Não podemos usá-lo para chegar a um lugar, pois Ele é este lugar onde devemos chegar. D-us é a razão de viver, nos movermos, criarmos, é o objetivo final de todos nós. Nele está a alegria e sentido que nada nem ninguém pode nos dar além Dele mesmo. Tudo que existe, criamos, fazemos e adquirimos sem o reconhecimento que existe através dEle se torna vazio, a nossa alma precisa de sentido e transcendência e não há nada no universo que nos proporcione isto a não ser a presença Divina. Quero que você perceba que até aqui não falei de religião, pois não é ela o fim.
Foi esta a conclusão que Salomão depois de experimentar de tudo que a vida podia oferecer chegou. Tudo é vaidade. A vaidade reside no fato de que buscamos no mundo aquilo que só a presença Divina pode preencher. Se D-us for nosso objetivo tudo mais fará sentido.
Talvez você me pergunte. Mas D-us é infinito, como posso compreendê-lo e vivenciar a sua presença? E eu lhe respondo: Olhe para o Messias Yeshua e pergunte a Ele, Ele saberá lhe guiar e responder as suas questões e ansiedades.

D-us abençoe e um grande abraço,

Ezra Oliveira

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MEU FILHO MINHA HERANÇA

“Os filhos são um dom de D-us e o fruto do ventre é uma recompensa” Salmos 127:3

         Hoje dia 29/11/2011 meu filho está fazendo aniversário (4 anos).
         Um filho é, como o texto do salmista citado acima diz, uma riqueza sem precedente.
         Ter um filho é a experiência mais próxima que podemos ter da eternidade, é ver um pouco de você e ao mesmo tempo, ver um ser que é outro e que também por isso, merece respeito, carinho, atenção.  
         Kalev é uma criança inteligente (que pai não diria isso de seu filho?) é um garoto bom de argumento. Brinco com meus amigos que quando crescer ele dará um bom talmudista e também poderá ser um bom profissional do direito. Espero com tudo isso que ele não desista de fazer arte, seja ela qual for (música, plásticas teatro, etc.) Se D-us me permitir quero dividir momentos musicais com ele. Às vezes me vejo nele quando diante de novas situações tem um certo receio de arriscar, neste momento apenas me coloco ao seu lado e procuro incentivá-lo a viver aquela experiência.
         Vejo meu filho no mínimo 2 vezes por semana e falo pelo telefone com ele todos os dias (às vezes ele se encontra muito ocupado e não pode falar comigo). Toda quarta-feira ao sairmos da sua escola, ele com aquele jeito carinhoso e de quem sabe o que quer, me convida para comer um pãozinho delicia e tomar um suco de uva na delicatessen do posto de gasolina próximo a escola.
           A experiência de ser pai é para mim sem dúvida, uma das mais enriquecedoras e gratificantes da minha vida e agradeço a D-us por uma herança que me faz um homem melhor.

Um abraço de um pai rico e feliz

Ezra Oliveira

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CHÁ DE PANELA

Estou postando a letra de uma música de dois grandes artistas da nossa MPB. É uma homenagem e um protesto. Homenagem a todo artista que não se vende a mediocridade do mercado e do sucesso fácil e que honra o dom que recebeu dos Céus, o dom de criar. É um protesto contra a mesmice nacional e internacional em que está afundada a arte.


Chá de Panela
Guinga/Aldir Blanc


Hermeto foi na cozinha
Pra pegar o instrumental:
Do facão à colherinha tudo é coisa musical.
Trouxe concha e escumadeira, ralador, colher de pau,
Barril, tirrina, e peneira - tudo é coisa musical.
Assoprou numa chaleira, bateu numa bacia.
Jesus , Ave Maria, era uma sinfonia!
Secador e geladeira entraram no compasso,
Dançou a farinheira, saleiro no pedaço e tudo era coisa musical,
Funil mandando: ôi! fogão gritando: uau!
Fez um chocalho de arroz e outro de feijão
No talo do mamão cortou a fruta que já vi tocá mais doce, irmão,
Direto ao coração.
Assoprou numa chaleira, bateu numa bacia...
Nesse chá de panela que eu senti a vocação:
Vi que música é tudo que avoa e rasga o chão.
Foi Hermeto Paschoal que magistral me deu o dom de entender
Que do lixo ao avião em tudo há tom.
E que até pinico da bom som se a criação é mais se o músico for bom


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

GRATIDÃO. VOCÊ TRILHA ESTE CAMINHO?

"D-us reside no sentimento de gratidão" I. Walton

Devo ao modo judaico de viver um aprendizado de grande valor para minha vida. Todo judeu é ensinado a, em qualquer situação (boa ou má), abençoar a D-us. Abençoar a D-us significa reconhecer a sua soberania em qualquer momento ou situação de nossa vida.  E fazemos isto através de pequenas orações, que chamamos de bençãos. Orações ricas em conteúdo e significado, faladas e ensinadas há séculos. Fazendo isso cotidianamente e com kavaná( intenção do coração) vou internalizando esta verdade maravilhosa. D-us é soberano.
Gostaria de alertar que, existe uma expressão de gratidão que é perversa e na realidade, é uma gratidão infeliz. É aquela que  existe em função da infelicidade alheia, é sempre fruto de uma comparação onde a sua situação é melhor que a do próximo. A essa não chamo de gratidão, mas, de um sentimento de inveja travestido de gratidão.
Ser grato é antes de tudo ser humilde, pois, quem sabe agradecer, reconhece que o outro é necessário em sua vida. Que é no partilhar e se permitir ser ajudado que também encontramos forças para seguir. O ser humano só, não encontra nem a si mesmo. A bíblia diz: "Levai as cargas uns dos outros..." A gratidão é um bom remédio contra a solidão que acomete aqueles que se enxergam auto-suficientes. 
Alguns podem pensar que ter uma atitude de gratidão em qualquer situação é mascarar a realidade. Acredito, porém que podemos ser gratos sem esquecermos da realidade. Sermos gratos em meio a um momento de dor nos ajuda a vivenciá-la de forma sadia. Isto não é um exercício de auto-ajuda, pois não proponho uma gratidão fundada no próprio ser humano, mas no amor e cuidado Divino. Diz a sabedoria judaica que: "O D-us que dá a carga dá também os ombros". A gratidão é um antídoto contra a amargura e o desespero. Seja grato a D-us e ao outro. Não espere que os outros sejam gratos a você para que você seja grato. O Messias Yeshua nos ensinou: "D-us faz o sol nascer sobre justos e injustos." A gratidão é de si mesmo e não do outro.
No livro de Lucas está relatado que o Messias estava a caminho de Jerusalém, e ao entrar numa aldeia, foi abordado por 10 homens que padeciam de lepra. O texto diz que eles gritaram: “Yeshua, rabbi, tenha piedade de nós, o que o Ele prontamente respondeu: "Vão e deixem os Kohanim(sacerdotes) examiná-los". Enquanto iam, foram curados mas, apenas um voltou para agradecer. Que este um seja você que não sofre da lepra da ingratidão.

Um abraço e obrigado por você passar por aqui.